Um psicopata ameaça o Brasil

23/10/2018

Tradicionalmente, a direita tem 30% do eleitorado. A esquerda tem igualmente 30%, ficando os restantes 40% com o chamado “centro”. Esse “centro” tem um movimento pendular: ora cai para a esquerda, ora para a direita.

O PT venceu as eleições com Lula e Dilma porque ganhou os votos desse centro. O desgaste no poder e os interesses contrariados na elite e na classe média, que não gostam de redistribuição de renda para reduzir a desigualdade social, acrescidos dos erros no plano ético e político, sem autocrítica, explicam a enorme rejeição ao PT herdada por Fernando Haddad.

Os votos do centro deslocaram-se para a direita. Até aí, não há muita novidade.

A novidade é que a direita derreteu por estar comprometida com o sistema político rejeitado pela população e, principalmente, com a corrupção que ela queria atribuir apenas ao PT. Um fato marcante dessa transição foi a eleição do senador Aecio Neves para a presidência do PSDB logo após o escândalo da mala de dinheiro filmada com um assessor. A partir daí, surgiram alternativas ao PSDB, sendo a principal o Partido Novo.

O eleitorado de direita, no entanto, deslocou-se em massa para o candidato de extrema direita que apelava a seus instintos mais primitivos. E os liberais, como sempre ocorre na América Latina, abrem mão da liberdade e apoiam ditaduras quando acham que seus interesses econômicos estão ameaçados.

Violência, tortura, armas para todos, preconceitos contra mulher, negro e gay, guerra civil para matar 30 mil, fuzilamento dos adversários, um troglodita boçal, com ideias medievais e discurso fascista. Fugiu dos debates porque não tem proposta para governar. Seus eleitores não sabem o que ele vai fazer se ganhar, nem querem saber.

A centro direita e a direita republicana que aceitavam o jogo democrático (Marina, Alckmin e outros) foram engolidos pela extrema direita que, nesta eleição, constitui-se como importante força política no Congresso e com forte possibilidade de eleger o presidente da república. Enganaram-se os que vaticinaram que o PT ia desaparecer depois do impeachment. Elegeu a principal bancada no Congresso nesta eleição. Quem desapareceu foi o PSDB, mergulhado em corrupção e no apoio à quadrilha de Temer que hoje governa o Brasil.

Se realmente vencer o candidato fascista, os pobres e a baixa classe média irão se arrepender em 6 meses, no máximo em 1 ano. A classe média em geral, no máximo em 2 anos. O neoliberalismo é o governo dos ricos. A chamada “trickle-down economics” fracassou onde foi tentada. Mas a elite financeira se enriqueceu. Em plena era do capital improdutivo, o capital financeiro é o dono do país. Gastar 12 milhões para financiar a indústria de fake news contra o candidato democrata é ninharia.

Além da desnacionalização da economia, os brasileiros estão ameaçados de perder direitos e ver destruídos seus valores morais, culturais e sociais.

Um psicopata ameaça o Brasil.