28/05/2020
Finalmente, os partidos de oposição se uniram, pelo menos no Congresso. O protagonismo da luta antifascista se deslocou temporariamente para o STF. Deixando de lado o aspecto jurídico, a ofensiva do Alexandre de Moraes atacou uma parte da base de apoio do Bolsonaro que já começou a reagir. A democracia, ou o que resta dela, corre perigo, mas os outros Ministros do Supremo têm jogado na defensiva.
A hora é de união antifascista, de uma frente que vai além da esquerda que, sozinha, não tem força para derrubar Bolsonaro. Temos duas opções principais. 1) Ou nos recusamos a fazer aliança com segmentos da direita e da “velha oligarquia” para derrubar Bolsonaro e nos conformamos com a destruição do Brasil até 2022 – com o risco de não haver eleição alguma, ou
2) Engolimos sapo e avançamos juntos com setores da direita, com aqueles que apoiaram Bolsonaro em 2018 e hoje criticam e até escondem em quem votaram. Ficar na defensiva não é boa estratégia, perderemos o jogo. Bolsonaro faz guerra de movimento e tem avançado, enquanto a oposição, até há pouco, fazia guerra de posição.
Sem manifestação popular na rua, a ofensiva institucional adquire importância ainda maior. O resultado é incerto, mas não dá para ficar fazendo discurso do tipo Carmen Lucia enquanto o governo militar vai destroçando o que resta do Estado de Direito.